O “Fio do Bigode” e o Sonho IRACEMA

O “Fio do Bigode” e o Sonho IRACEMA

(Publicado no IRACEMA Digital em 25 de fev 2024)

Segundo esse “ChatoGPT” (cara perigoso, viu? rsrsr) “Fio do bigode” é uma expressão idiomática brasileira que simboliza um acordo baseado apenas na palavra de alguém, sem a necessidade de um contrato escrito ou outro tipo de garantia formal.

No princípio era o jovem: Todos aqui conhecem e tem participado da vibração com o C-JOVEM, projeto proposto e articulado pelo IRACEMA Digital para a profissionalização de 100 mil jovens. Talvez, nem todos conheçam essa história:

O Fio do Bigode: Em 13 mar 2021, o IRACEMA Digital propõe à SEDET e ao IFCE o C-JOVEM. Um acordo é firmado com o “Fio do Bigode”, aquele que dispensa advogado. “Pra quê, se a palavra de um home é a sua honra, fala por ele”, dizia meu avô Reimundo de Chiquinha.

Apoio do Governo: Começam as primeiras articulações do IRACEMA Digital que resultariam em reuniões de alinhamento no IFCE (ver vídeo acima) e no apoio da Vice-governadora Izolda Cela (ver fotos), em 05 fev2022, por ocasião da III Escola de Verão em IA.

Lançamento do projeto: O IRACEMA Digital se faz presente ao lançamento do C-JOVEM, em18 abril 2022, pela Governadora Izolda. Em 22 dez 2022 é inaugurado o primeiro lab do projeto (ver vídeo a seguir) pela SEDUC.

Barrados no baile: Em 27 jun 2023, o C-Jovem tem sua fase 2 lançada no Palácio da Abolição com a Ministra do MCTI. No entanto, “esquecem” de convidar o IRACEMA Digital, o idealizador e proponente do C-JOVEM. Mas “nem tudo é pequeno quando a alma vale a pena” …

A terra prometida: Dia 23 fev 2024, fomos convidados pela SECITECE para uma reunião do C-JOVEM. Em resposta a dois ofícios enviados pelo Presidente do IRACEMA Digital ao Instituto Atlântico e às universidades envolvidas na fase 2 do projeto, esperávamos consolidar a promessa destes signatários da fase 2, qto ao envolvimento do IRACEMA Digital no projeto.

Necas de Pitibiribas! Seguiu-se um festival de olhares e palavras afônicas ante nossas expectativas. IRACEMA Digital, “fona” no PPT de apresentação do projeto, foi citado “em passant” na reunião, longe do que lhe tinha sido prometido. Nova falha no “Fio do Bigode 2” (vou enredar pro vô Reimundo)

Borges no Saara: Agradeço a todos deste mundo encantado do IRACEMA Digital que me inspiram e encorajam a mudar o curso da história, tal Borges no Saara (Entrada do Museu do Amanhã, Rio). Afinal, tem como construirmos um Ecossistema de Inovação no Ceará sem atentarmos ao “Fio do Bigode”?

Escola da Vida: A mística de um grupo, de uma cidade, de uma nação só se consegue com a moral do certo e a ética do bem. Este tem sido o discurso do IRACEMA Digital, sua práxis, sua crosta, …, foi o melhor que aprendi na Escola da minha vida.

Sonho IRACEMA: Ah, e “pra não dizer que não falei das flores”. Santo Agostinho, o amante dos prazeres, antes de ser convertido, já dizia nos bares de Cartago: “Sonho que se sonha só é só um sonho, sonho que se sonha junto é realidade”

Mauro Oliveira
Idealizador do C-Jovem

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C-Jovem, o jovem em busca de sua melhor versão

(Artigo publicado no Jornal O POVO em 06 de janeiro de 2023)

Nada mais forte na pele que arrepia do que dar a um jovem a oportunidade de transformar a sua vida… que pode transformar outras vidas.

Isso deveria ser suficiente para que nenhuma política pública fosse pensada sem ter os jovens como norte. São eles os responsáveis pelo futuro… agora! Muitos jovens nas periferias das cidades e nas brenhas do sertão, perdidos em seus sonhos, ou sem sonhos, sem “lenços nem documentos”, só precisam de algo simples, tão simples que por vezes escapa a nós, “passados na casca do alho”: a oportunidade que liberta.

Programa C-Jovem, lançado pela ex-governadora Izolda Cela, em abril de 2022, tem essa visão cidadã na capacitação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) de 100 mil jovens. Além da formação profissional, o jovem será motivado a apropriar-se de seu entorno social.

O C-Jovem se apresenta como a democratização de linguagens que aumentam oportunidades profissionais do jovem, como a lógica, o empreendedorismo, a informática e o inglês cuja fluências nos jovens é notadamente desigual num Brasil extremamente desigual. Este projeto “made in Ceará”, acaba de ter financiamento aprovado pelo MCTI que já especula sua exportação para outros estados.

Como idealizador do C-Jovem, convém reportar-me a 2007 quando Ricardo Liebmann e eu tivemos o privilégio de inaugurar sua primeira versão, o e-Jovem, com Mauricio Maia e Izolda Cela, então Secretários da Educação do Ceará. O e-Jovem nasceu impregnado do paradigma “Jovem ensinando (aprendendo) Jovem”, mantra do revolucionário projeto Pirambu Digital, em 2005, em parceria com meu saudoso Demócrito Dummar.

Assim, além da geração de renda que a transversalidade da área de TIC acena, o C-Jovem se caracteriza pela magia da educação que acontece em sua plenitude ao se “tocar” na autoestima de um jovem. Isso, educar um jovem é simplesmente atiçar sua autoestima, pela prática, quando ele se sente útil ajudando, quando ele se sente capaz fazendo, quando ele se sente.

O C-Jovem é um programa ousado de formação profissional, de cidadãos solidários, a oportunidade para que ele, o jovem, corra em busca de sua melhor versão.

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Transformação Digital … pra quem?

(Artigo publicado no Diário do Nordeste, Coluna Egídio Serpa, em 24 de maio de 2022)

Transformação Digital não se faz dentro de quatro paredes! Urgi esta frase, recentemente, às margens da lagoa do Iate Clube numa entrevista animada pelo poeta e artista Totonho Laprovitera! Lembrei-me, de imediato, do que eu tinha dito ao saudoso Chico Bilas, lá nas beiradas dos anos 90, quando instalávamos no Diário do Nordeste a segunda página web em um jornal no Brasil. Alertava ao Bilas, ainda no século passado quando a internet era um fusquinha, que ela poderia se tornar uma ferramenta de desigualdade social.

Ideologias à parte (ou não) a verdade é que neste filme de mocinhos do cotidiano a internet tem sido agente duplo, jogando pesado em países subdesenvolvidos que tem a economia baseada em commodities a favor dos conglomerados high-techs que vendem a preço de milhares de bananas suas minúsculas rapaduras eletrônicas.

A “vibe” agora é Transformação Digital, como se ela não tivesse se iniciado no após guerra pelo modelo, vigente ainda hoje em nossos notebooks, do fantástico Von Neumann ao implementar a máquina do genial Alan Turing, desenhada em um guardanapo, depois de um Bourbon duplo, escondido de homofóbicos na penumbra de algum bar londrino.

Transformação Digital se apresenta tão tranquila quanto um cego em tiroteio num culto do Dataismo, religião preconizada por Yuval Harari sobre a entrega de nossa autonomia à Google, Waze e ao escambau digital. Nele, quem tem olho, computador e banda larga namora a filha do rei!

Neste mundo de Harari, o abismo digital tem aprofundado, e de forma exponencial em alguns países, o apartheid social reinante e que coloca em xeque a sensatez de nossa trajetória Sapiens, ao deitamos um clique na África e em nossas favelas urbanas.

A dialética a que se presta a tecnologia não é privilégio da internet, já nos provou Oppenheimer à revelia de Einstein. Não será diferente com o novo mantra Transformação Digital. Precisamos ficar atentos ao vermos políticas públicas de Transformação Digital sendo anunciadas com visões conservadoras com combustíveis clássicos, tidas como fenômeno de geração espontânea.

Uma luz no final do túnel nesta direção é a da Governadora Izolda Cela que nos brindou  com o Decreto sobre a Transição Energética do Estado. O Governo do Ceará se prepara para era digital em dois caminhos iniciais: o serviço ao cidadão, o principal, e o atendimento e integração na estrutura de suporte ao cidadão (secretarias, órgãos e Vinculadas da administração direta e indireta).

Para além dessa fronteira, a promoção da cultura da Transformação Digital é um dos pilares em favor da sociedade, encontrando do analfabetismo digital à conversão no emprego formal em plataformas digitais a real transformação.

Importante colocar em primeiro lugar a maioria da população que participará da transformação digital e nunca vai compreender as tecnologias diretas ou embarcadas nos transportes e infraestruturas em geral, na educação, na saúde, na segurança pública e em todas as atividades da vida humana, fauna e flora, doravante sujeitos a transformação digital, inclusive para os desafios e impactos das mudanças climáticas.

O IRACEMA Digital está construindo uma proposta com sugestões na perspectiva de colaborar com o Estado na Transformação Digital Humana. Para tanto, o IRACEMA Digital fez uma consulta pública com seus participantes e parceiros. Seu Presidente, Ricardo Liebmann, reforça a tese de que o objetivo maior da proposta deveria ser “Reduzir as desigualdades sociais através da Transformação Digital”.

Nesse arcabouço ampliado: reduzir o custo dos Governos aumentando a qualidade dos serviços aos cidadãos, melhorar o acesso a educação, a saúde, aos serviços sociais, encontrar a empregabilidade, transparência pública, proteger o meio ambiente, dar mais segurança são objetivos de uma Transformação Digital cidadã, diz Liebmann: “se não for para isso, não tem motivo de ser”.

Mauro Oliveira, Professor IFCE

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Algo Melhor que a Refinaria!

(Artigo Publicado no jornal O POVO em 24 de abril de 2022)

Demitri Túlio, jornalista “Das Antigas”, e Cláudio Ribeiro me pregaram um susto em 07/julho/2008. Ao ser entrevistado por essa dupla dinâmica d´O POVO, bradei na saída: Demi, esse negócio é “Algo melhor que a refinaria”! Este brado, título da entrevista, retumbou como um delírio a olhos conservadores!

Mas não era! Eu me referia ao Dragão Digital, um projeto em que o Cinturão Digital de Cid Gomes, em construção pelo engenhoso Fernando Carvalho, seria a estrada para uma ruma de softwares produzidos pelo projeto e-JOVEM sendo implementado por Maurício Maia.

O Dragão Digital via uma central de inteligência no prédio do Cine São Luiz (ameaçado de compra por uma igreja de duvidosa reputação) onde empresas e “startups” (neologismo trazido pelo “Carioca da Peste” Análio Rodrigues, da Finep) se articulariam com milhares de jovens produzindo software em todas as brenhas do Ceará, com apoio do IFCE e universidades.

Não era pra menos! Havia em 2008, segundo o Gartner Group, um mercado offshore de software de US$ 35 bilhões crescendo a 20% ao ano, dominado pela Índia (48%). O Brasil figurava em 15º lugar.

Algo melhor que a refinaria, argumentava aos infiéis, seria a formação massiva de programadores para um futuro onde “dados seriam mais caros do que petróleo”. Perdemos esse primeiro bonde selado, mas não perdemos a guerra… nem a garra!

“2022, o ano que aconteceu” tem sido o mantra do IRACEMA Digital e nos impulsa a reavaliar o que realmente é POP e TECH. Geração de renda com software pelo jovem é uma arma poderosa na guerra que estamos silenciosamente perdendo: as drogas estão “perscrutando e convocando” nossos jovens de fora da Aldeia Aldeota.

Mas eis que repente, a formação profissional e cidadã de 100 mil jovens, Projeto C-JOVEM, uma repaginação moderna do e-JOVEM, entra no ideário, na alma e na caneta de quem tem o destino social, cultural e econômico de nosso Estado. O C-JOVEM foi lançado no dia 18 de abril de 2022, uma segunda qualquer no calendário gregoriano que poderá ser citado no futuro por esses 100 mil jovens, já com o manche do seu Estado.

Eles dirão neste futuro, aos novos jovens, que a Professora Governadora percebeu “2022, como o ano para acontecer”. Dirão que a Professora compreendeu fácil que havia “Algo maior que a refinaria” e que a Governadora, para tanto, “deu o máximo de si… é o melhor que o homem pode fazer na vida” (Cervantes in Dom Quixote).

Mauro Oliveira, Professor IFCE

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C-Jovem e a Política do óbvio!

(Este artigo foi publicado no Jornal Diário do Nordeste, em 18 de abril de 2022)

“Navegar é preciso… criar um Ecossistema de TIC no Ceará parece que não é! Nos falta uma “vitrine” do que temos, somos e sabemos na área de TIC! A falta dessa “vitrine” tem resultado em perda de negócios além de levar muitos empresários e gestores a pegar o corujão da VASP no Cocorote em busca de soluções no Sul Maravilha da VARIG! Mal sabem eles que bem ali, lá acola, tem startups do Rapadura Valley, nos Hubs do Cumbuco e do NINNA com soluções mais em conta e de qualidade superior, com suporte de cientistas de nossas universidades.

Um Ecossistema teria a missão de fazer um “tinder” entre os produtores e consumidores, e entre os próprios atores de TIC no Ceará! Isso mesmo, um “TINDER”! Seria também uma estratégia para estancar a sangria de cérebros e reeducar nossos consumidores imersos na velha cultura, vinda dos cafundós, de valorizar mais o que vem lá de fora; já reclamava o Chico de Maranguape.

Tão óbvio quanto a necessidade de um Ecossistema de TIC é a formação massiva de profissionais nesta área que, todos sabem, emprega rápido (todos meus alunos de computação geram renda antes de se formarem) e tem como principal insumo o raciocínio lógico (farto na cucuruta cearense), além de não depender de parafernálias caras para quem resolver ser um freelancer.

Mas de repente, eis que chega “2022, o ano que aconteceu”! Nada mais forte na pele que arrepia do que dar ao jovem a oportunidade de transformar a sua vida… que transforma outras vidas. Sim, o lançamento do Programa C-Jovem pela Governadora Izolda Cela, nesta segunda-feira, tem essa missão focada em 100 mil jovens. Além da formação profissional, o jovem será motivado a apropriar-se de seu entorno social, assumir cedo a inevitável liderança de seu futuro.

Esse é o C-Jovem, a política do óbvio sendo posta em prática!

MAURO OLIVEIRA, Professor IFCE

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2022, O ANO QUE ACONTECEU

2032! Estamos em plena segunda-feira, no futuro. O mundo imaginado no filme Upload, diferente dos Jetsons, é ainda uma ficção, adiada que foi para uma próxima temporada. Nele, a “Lakeview”, empresa de pós vida digital, negocia a vida eterna com quem pode pagar, uma espécie de reload high tech do que foi praticado por alguns clérigos monetaristas na idade média, em “nome do Senhor”, é claro!

Seguem algumas manchetes do dia 04 de abril de 2032:

ORA BUSINESS: as criptomoedas adotadas por todos os países, exceto a China (que ainda insiste em tudo futricar), têm sua hegemonia no mercado financeiro ocidental ameaçada pelos METAhackers. Estes cabras da peste digitais conseguiram burlar as tabelas hash (o segredo do blockchain) com computadores quânticos, deixando em pavorosa os hubs de inovação, exceto os precavidos executivos kitesurfistas na Cumbuco Wall Street (comunidade liderada pelo guru Rômulo Soares)

NEM TUDO É DIVERSÃO: o Carnaval no Metaverso da Sapucaí será adiado. Visto no passado como uma alternativa ao controle da COVID 19, as “aglomerações” no metaverso preocupam cada vez mais os psicólogos pelo número de “suicídios virtuais” (um tipo de covardia lacaniana) entre usuários embriagados nessa cachaça digital. A empresa BUGABOO, líder mundial em metaverso, discorda e deverá recorrer ao recém criado STM (Supremo Tribunal Metavérsico), é o que diz Tiago Guimaraes, CEO da empresa e sócio majoritário da Amazon.

EM SOCIEDADE TUDO SE SABE: o ex-idoso Elon Musk cancela sua lua de mel em Maracanmarte, sua ilha construída no planeta vermelho. A decisão deve-se ao estresse no fracasso de sua empresa “Lakeview”. Perguntada pelo IRACEMA News, sua esposa declarou cantando: “Eu vou pra Maracanmarte, Eu vou”. Segundo ela, na vida “foquete não tem ré”!

Mas é claro, temos boas notícias em 04 de abril de 2032:

TURISMO: O Palácio da Inovação (antigo Palácio da Abolição) e o Museu da Imagem e do Som, o “quartier high tech” de Fortaleza, supera em visitantes o Metropolitan de New York. Além de Chico Gomes, expõem Marcos Vieira, Claudia Sampaio, Totonho Laprovitera, Carlinhos Decimo, Érica Peron e Mano Alencar.

ECONOMIA: O Ceará bate seu próprio recorde liderando no Brasil a produção de Hidrogênio Verde carbono zero: obtido sem emissão de CO2. Júlio Cavalcante, CEO da “Verde que te Quero Verde S.A”, lembra que já em 2022 o Estado chegou a produzir 500 mil toneladas, exportando pelos portos do Pecém e de Roterdã, parceiros comerciais.

EDUCAÇÃO: O modelo educacional de Sobral, reconhecido internacionalmente há mais de uma década, é finalmente adotado pelo MEC e universalizado em todos os municípios do Brasil.

JOVENS: A partir de uma política de profissionalização massiva e inovadora (computação & filosofia) de jovens, em uma década o Ceará construiu o maior Ecossistema de TIC do país. Segundo Célio Fernando, esse modelo é o principal impactador do crescimento do PIB cearense, o terceiro do país.

Em entrevista para a Fortune, Ricardo Liebmann, presidente do “IRACEMA Venture Builder” explicou que o sucesso social e econômico do Ceará na última década, premiado pela UNESCO, deve-se a prática de uma “política do óbvio” dando ao jovem o direito de Ser Jovem, C-JOVEM. Liebmann finaliza que tudo começou devido a … “2022, o ano que aconteceu”!

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Álbum SÁBADO em MARTE

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“Here comes the sun” no planeta Azul Marinho

(Este artigo, dedicado à Lulu Akegawa Oliveira, foi publicado no jornal O POVO em 15/ago/2021)

São cinco da matina! Meu Patek Philippe me acorda, estridentemente, para mais um milagre da vida. Taco-lhe a mão para acalmá-lo, como nos filmes da Paramount, sem resultado. Esqueço que no século da Lulu, minha neta, tudo agora obedece a um toque na tela de uma “rapadura eletrônica”.

Pego minha Caloi e desço no rumo da venta na nossa “Miami Beach”, que alguns “nerds dorminhocos” recusam a decifrar. Eita que coisa mais linda esse pedaço de Meireles! Ah, somos sobreviventes! (Sobreviventes de uma tragédia anunciada! Quinhentos mil neste país deixaram de pedalar sua Monark, conversar, rir… coisas simples assim. Três mil Boings 737 lotados “viajaram pra outra instância” sem nossa permissão. Seria “trágico se não fosse trágico”.)

Chego nas cercanias da praia do Náutico. De repente, sou invadido por uma vontade de cantar: “Here Comes the Sun”, o hit preferido da Lulu. Recepcionado pelo Leo, sorriso largo e um coco à mão dormido no gelo, percebo-me privilegiado neste Planeta Azul Marinho onde acontece a maior (talvez única) miscigenação social da cidade de Iracema. Naquela areia, apenas homines sapientes felizes. Pergunto-me “a mim mesmo” (com permissão do Prof. Myrson Lima): por que o Planeta Azul não é todo assim!

Nesse caos organizado e saudável, o sol como testemunha, veem-se banhistas felizes, nadadores falantes, vendedores solícitos. Há décadas, Prof. Raimundo, o Netuno do Náutico, me repete a mesma frase: “hoje o mar tá uma delícia, melhor do que ontem”.

O Planeta Azul Marinho parece desdenhar dos arranha-céus do outro lado da rua com seus hectares e heliportos, medalhas de ouro em desigualdade social. Melhor ainda, é como se o lado de lá da rua não fosse visível do lado de cá.

“Here comes the sun” no Planeta Azul Marinho. Pode-se respirar nele todo dia. Afinal, a vida é uma escolha a cada momento!

Mauro Oliveira

Professor IFCE

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A SINGULARIDADE DIALÉTICA DE UM MESTRE

A SINGULARIDADE DIALÉTICA DE UM MESTRE

(Tributo a um grandalhão gargalhante).

Uma coisa era certa! A gente sabia logo quando ele chegava no SBRC. Uma gargalhada de causar inveja ao Coringa ecoava nos corredores revelando o estilo inconfundível do grandalhão gargalhante, debochado, inteligente, que fazia rir seus alunos com piadas manjadas enquanto os fazia “capitães de suas almas, donos de seus destinos”.

Conheci-o nas brenhas do LARC e do SBRC, lá nos cafundós dos anos 80. Mas o conheci bem melhor pelos meus dois filhos que contavam da “odisseia” de seus mestrados, das aventuras inesperadas que seu orientador aprontava diariamente no laboratório, um cigarro à mão e a outra na barba como se alargasse seu sorriso farto.

“Da manga rosa quero o gosto e o sumo…” Não era cantor mas cantava, ria de qualquer piada, em especial das dele… kkkk. Guy Pujolle, nosso amigo e orientador em comum, apaixonou-se rápido pelo grandalhão gargalhante, mais inteligente que debochado, que o convenceria a desfilar (à lá française), na Sapucaí.

Como não agradecer e abraçar esse grandalhão gargalhante que fez por meus dois filhos tanto  em tão pouco tempo. Deles continuo ouvindo o mantra: “o que somos tem a marca de sua orientação”. Ele tentava tirar o máximo de seus “meninos e meninas” … chicoteando-os com deadlines e qualis, assoprando com uma rodada de pizza na madrugada das sexta-feira, o day off autorizado.

E o fazia por todos ao alcance de seu invejável magnetismo que, entre uma Orientação com Amor ou Orientação com Dor (taxonomia criada por ele), optaram pela última, tendo como resultado uma impecável formação acadêmica, além de aprenderem a não “coçar as partes” nas apresentações, a não “mijarem fora do pinico” nas defesas … kkkk !

Procurei uma forma para definir a singularidade dialética desse “Carioca de Morais … que passou por essa vida e viveu”: um cientista da computação que “podia usar Lycra”… kkkkk!

Muitos não entenderão, só seus alunos! E isso lhe bastará …   Ah! Ele vai dar uma gostosa gargalhada, uma tragada, e cantar … “melão maduro, sapoti, juá! Jabuticaba teu olhar noturno…!”.

Autor: Mauro Oliveira

Orientadores: Carina Oliveira & Reinaldo Braga

(Este artigo é dedicado ao Prof Otto Duarte, amigo e orientador de Carina Oliveira e Reinaldo Braga)

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Uma Luzinha entre de coqueiros… num CONTO de NATAL!

(Minha primeira poesia, escrita em 1994, publicada 10 anos depois)

Ai! Me alembro tanto seu menino,
que dá uma dor danada de dor:
a “negrada” no alpendre da Casa de Farinha,
esperando uma luzinha entre coqueiros!

E ele que não chegava na sua rural…
a “mundiça” não podia ver uma luz,
qualquer luzinha entre coqueiros…
a “canáia” gritava logo: “lá rem ele”!

Era uma correria desenfreada alpendre abaixo.
Ah! Como a gente adorava a enganação.
Mais uma luzinha que vinha…e se perdia,
e com ela a esperança dele chegar cedo.

Lembro tio Manezin, touca na cabeça, camisolão,
lamparina na mão, alpercata de rabicho, chão batido,
(os óio franzido por detrás dos óculos de garrafa)
berrava sem convicção, enquanto também espiava
mais uma luzinha que aparecia entre coqueiros:
“rão dromir magote. Ele só chega menhan de menhan”!

Ai! Me alembro tanto seu menino,
que dá uma dor danada de dor.
Entre grilos, cururus, vagalumes…


O tempo parou naquele 24 de dezembro:
na minha mente só havia uma luzinha,
a promessa de presentes, zoada, galinha assada…
que desaparecia entre coqueiros!


Uma luzinha trazendo sobretudo um cheiro,
cheiro de suor, suor do peito, da camisa,
camisa empoeirada da estrada carroçal,
um cheiro gostoso de bom!
O cheiro de papai!


ACORDA TODO MUNDO!… PAPAI CHEGOOOOOOOOOOOUUU !!!

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